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Abaixo a Ibéria em torno do ano 100 a.C. sob Parnajom |
FONTES:
http://en.wikipedia.org/wiki/Parnajom_of_Iberia
http://es.wikipedia.org/wiki/Farnadjom_de_Iberia
http://en.wikipedia.org/wiki/Zaden
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Abaixo a Ibéria em torno do ano 100 a.C. sob Parnajom |
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Abaixo, a evoluçao do reino da Ibéria entre 600 a.C e 500 d.C. |
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Estátua de Parnavaz I em Tbilisi, Geórgia |
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Kuji e Parnavaz |
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Ilustração georgiana celebrativa de Parnavaz I http://www.nplg.gov.ge/ |
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Mapa da Ibéria/Kartli e regiões adjacentes no século IV a.C. e que hoje formam a Geórgia |
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Fortaleza de Khertvisi em Meskheti, Geórgia. Segundo a tradição, ele chegou a ser destruída por Alexandre, o Grande., quando de sua campanha na Ibéria |
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A cidade de Mtskheta nos tempos antigos: capital da Ibéria |
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A campanha de Alexandre na Ásia |
Acima, a moderna cidade de Mtskheta
Situada na junção dos rios Mtkvari e Aragvi, Mtskheta estava estrategicamente situada entre os mares Cáspio e Negro, entre a Europa e a Ásia.
Os autores medievais georgianos designam o primeiro assentamento iberiano como Arrian-Kartli, sob o governo persa da dinastia aquemênida. Após isso, foram governados por um príncipe local conhecido pelo título de Mamasakhlisi ("o pai de família"). Outras fontes atribuem a fundação do reino a um tal de Azo que teria sido um general de Alexandre, o Grande (356-326 a.C.) que exterminou a dinastia local e conquistou o território, sendo expulso posteriormente pelo kartli Pharnazaz I (299-234 a.C.).
Pharnazaz I (tido como primeiro rei de fato da Ibéria) ampliou os domínios do reino, reformou a língua escrita e a administração; seus descendentes levaram a Ibéria a um período de prosperidade e esplendor, apesar das inúmeras guerras travadas contra invasores.
Destas guerras, por fim, a Ibéria acabou por ceder algumas de suas províncias meridionais aos reinos da Armênia e da Cólquida de onde surgiram alguns principados independentes, os Sceptuchoi.
Ao fim do II século a.C., o rei Farnajom foi deposto por seus súditos e a coroa foi oferecida ao principe armênio Arshak que ascendeu ao trono iberiano em 93 a.C. iniciando a dinastia dos Arshakidas.
Quando da invasão da Armênia pelas tropas romanas comandadas por Pompeu (106-48 a.C.) em 65 a.C., Roma não estabeleceu seu domínio sobre a Ibéria, não obstante esta ter sofrido a invasão dos exércitos romanos. Porém, em 36 a.C., quando os romanos lutaram contra o reino da Albânia (no Cáucaso, não confundir com a moderna Albânia nos Balcãs) marcharam sobre a Ibéria e constrangeram o Rei Pharnavaz II a uma aliança contra o reino da Albânia.
Acima, Ponte de Pompeu em Mtskheta, Georgia
Quando o vizinho reino da Cólquida foi transformado em província romana (69 d.C.), a Ibéria aceitou o protetorado do Império Romano. Uma inscrição em pedra descoberta em Mtskheta fala do rei Mihdrat (58-106 d.C.) como "o amigo dos Césares" e que o “ “rei dos iberos que amavam os romanos." O Imperador Vespasiano (17-79) fortificou o antigo sítio de Arzami em Mtskheta em 75 d.C. para os reis ibéricos.
Nos anos seguintes os romanos continuaram a exercer sua influência sobre os iberos, porém a partir do Rei Pharsman II (116 – 132) a Ibéria retoma seu antigo poder. As relações entre a Imperador Adriano (76-138) e Pharsman II foram tensas, embora Adriano tentou apaziguar-se com Pharsman. No entanto, foi apenas sob o sucessor do Adriano, Antonino Pio (86-161), que relações melhoraram, ao ponto de, segundo o historiador Dio Cássio (155-229), Pharsman ter visitado Roma, onde uma estátua foi erigida em sua homenagem. O período levou a uma mudança importante no estatuto político do Reino da Ibéria agora reconhecido como um aliado de Roma, em vez de seu antigo estatuto como um Estado submisso; a nova situação política manteve-se mesmo durante as hostilidades do Império com os Partas, cujo reino era vizinho da Ibéria.
O ressurgimento do Império Persa sob a dinastia Sassânida em 224 pôs fim ao Reino dos Partos e sendo um Estado forte e centralizado atuou no sentido de que a Ibéria mudasse sua orientação política e fosse deixando a influência romana. Sendo assim, sob o rei persa Sapor I (241-272), a Ibéria pagava tributos à Pérsia. Não obstante, a relação dos dois reinos era amigável, a ponto da Ibéria ajudar os persas em suas campanhas contra os romanos.O rei ibero Amazasp III (260-265) é considerado pelos sassânidas como um alto dignitário do reino persa, não como um rei vassalo submetido pela força das armas. A religião oficial da Pérsia, o Zoroastrismo, foi difundida na Ibéria entre 260 e 290 d.C.
A paz de Nisibis (apaziguamento das hostilidades entre persas e romanos) em 298 d.C. reconhece o domínio romano sobre a região do Cáucaso e Roma reconhece o Rei Mirian III, da dinastia Coisroida, como rei da Ibéria.
A predominância da influência do Império Romano do Oriente (Bizantino) sobre a Ibéria se torna crucial após a conversão do Rei Mirian III ao Cristianismo derivada, possivelmente, do trabalho evangelizador realizado por Santa Nino da Capadócia em 303. O Cristianismo trouxe grande impacto na cultura ibérica além de manter o reino mais ligado aos romanos.
Entretanto, após a derrota dos romanos para os persas em 363, Roma cede o controle da Ibéria novamente à Pérsia. Desta vez, o rei ibero, Varaz-Bakur I (Asphagur) (363-365), não é mais um alto dignitário, mas um vassalo dos persas após a Paz de Acilisene em 387.
O rei Pharsman IV (406-409) preservou a autonomia de seu país e cessou de pagar tributos à Pérsia. Após sua morte, os reis persas impõem sobre a Ibéria um vice-rei persa hereditário (o Pitiarca, derivado do termo persa pitiaxae) e o Zoroastrismo como religião oficial junto com o Cristianismo, sem obter muito sucesso entre a gente comum.
Sob o reino de Vakhtang I (447-502) a Ibéria atravesou um breve período de reavivamento monárquico. Formalmente vassalo dos Persas, o rei investiu contra povos caucasianos do norte e os submeteu à Ibéria. O rei ibero funda uma nova capital, Tbilisi, e inicia uma deseperada guerra pela indepência que dura vinte anos. O rei morre em batalha em 502 e a Ibéria volta ser submetida à Pérsia.
Em 580, o rei persa Ormisda IV (578-590) abole a monarquia após a morte do Rei Bakur III, e a Ibéria torna-se uma província persa governada por um marzpan (governador).
Os nobres iberos exortam ao imperador bizantino Maurício a recriar o reino da Ibéria em 582, mas em 591, os bizantinos e a Pérsia fazem um acordo e repartem a Ibéria, com Tbilisi para os persas e Mtskheta para os bizantinos.
Sendo assim, no início da Idade Média, Ibéria/Kartli perdeu sua importância política. Mesmo assim, de certa forma, manteve-se como líder da área da futura Geórgia devido à independência de sua Igreja e à cultura devida à influência bizantina. Ibéria/Kartli foi parte de um Reino Georgiano na Idade Média central. A Geórgia foi unificada no início do século XI mas Tbilisi, a principal cidade de Kartli, só foi liberada em 1122. Posteriormente, a capital da Geórgia foi transferida de Kutaisi para Tbilisi. Após a desintegração do Reino unido no século XV, Ibéria/Kartli tornou-se um Reino independente, que sofreu frequentes invasões persas. Em 1762, o Reino de Kartli foi unido com o adjacente Reino de Kakheti. Este reino também foi logo enfraquecido pela agressão persa. Em 1801 o reino de Kartli-Kakheti foi anexado ao Império Russo.
Acima: Em 1762, os reinos de Kartli e Kakheti foram unidos sob Erekle II.
Kartli foi parte de uma República Democrática da Geórgia independente entre 1918 e 1921, da RSFS Transcaucasiana entre 1922 e 1936 (cuja capital era Tbilisi, a principal cidade da província e da Geórgia), e da RSS da Geórgia entre 1936 e 1991.
Após a desintegração da URSS em 1991, Kartli é parte da República da Geórgia, a maior e mais populosa província da Geórgia Oriental, e Tbilisi, a principal cidade de Kartli, é a capital da nação.
Além de Tblisi, a província de Kartli é dividida em três regiões administrativas: Kvemo Kartli (cuja capital é Rustavi), Mtskheta-Mtianeti (capital: Mtskheta) e Shida Kartli (capital: Gori). A última região oficialmente inclui o distrito histórico de Samachablo, cuja maior parte da população é de ossetas desde o século XVIII, e que possuia o status de distrito autônomo dentro da República da Geórgia durante o período soviético (1922-1991). Desde a guerra civil osseto-georgiana em 1991-1992, este distrito, agora conhecido como Ossétia do Sul, é um estado independente de fato, embora nenhuma nação reconheça oficialmente sua soberania.