domingo, 7 de dezembro de 2008

RADAMISTO: PRÍNCIPE DA IBÉRIA, REI DA ARMÊNIA

Radamisto (também conhecido como Ghadam) foi um príncipe ibérico que reinou brevemente na Armênia entre 51-55 d.C. Considerado um usurpador e um tirano, ele foi derrubado em uma rebelião patrocinada pela Pártia. Episódios de sua vida inspiraram algumas obras de arte. Embora não tenha sido um rei da Ibéria sua trajetória foi politicamente marcante para este reino.
Radamisto, filho do rei Pharasmanes (Parsman) I da Ibéria, era conhecido por sua ambição, boa aparência e valentia. Pharasmanes, receando uma usurpação pelo seu filho, convenceu Radamisto a fazer guerra contra seu tio, o Rei Mitridates da Armênia, irmão de Pharasmanes e pai da esposa de Radamisto, Zenóbia.
Abaixo o ator Luca Pisaroni interpretando Radamisto na obra homônima de Haendel.



Os iberos invadiram a Armênia com um grande exército e forçaram a retirada de Mitridates para a fortaleza de Gorneas (próxima a atual Erevan, capital da Armênia), que era uma guarnição romana sob o comando de Célio Pollio. Pollio, seduzido por suborno de Radamisto, permite uma entrevista entre Mitridates e seu sobrinho. Entretanto, Radamisto executa Mitridates e seus filhos apesar de uma promessa de não-violência e se torna rei da Armênia (51).
Roma decidiu não ajudar os seus aliados armênios, exigindo apenas nominalmente de Pharasmanes que os iberos se retirassem da Armênia. Porém, o governador romano da Capadócia, Peligno, invade a Armênia; sendo subornado por Radamisto retira-se do país. O governador da Síria Quadrato envia uma força para restaurar a ordem, mas a mesma teve que ser detida para não se provocar uma guerra com a Pártia, cujo rei Vologases, não conformado com a usurpação de Radamisto, aproveitou a oportunidade para enviar seu exército à Armênia, expulsando os iberos e instalando no trono a Tiridates, seu genro (53).
Uma epidemia de inverno forçou os partas a abandonar a Armênia, permitindo que Radamisto retornasse. Ele puniu como traidores as cidades armênias que tinham se entregue aos partas. Eclodiu-se uma revolta geral dos armênios que reivindicaram o príncipe parta Tiridates e Radamisto teve de fugir juntamente com sua esposa grávida, Zenóbia. Segundo o historiador romano Tácito, não sendo possível fazer um longo percurso a cavalo, Zenóbia convence o marido a matá-la no caminho para que não caia nas mãos dos seus perseguidores.
Abaixo Radamisto ferindo Zenóbia por Luigi Sabatelli, 1803.




Embora apunhalada e deixada às margens do rio Araxes, ela sobreviveu e foi encontrada por alguns pastores.
Abaixo Zenóbia encontrada pelos pastores às margens do Araxes por William-Adolphe Bouguereau, 1850.



Eles entregaram Zenóbia à corte de Tiridates que, apesar doss antigos temores dela, a recebeu gentilmente e tratado-lhe como uma rainha.
Radamisto consegue regressar a Ibéria. No entanto, ele foi rapidamente condenado à morte por seu pai, e sob aprovação de Roma, por estar tramando para usurpar-lhe o trono.
A história de Radamisto inspirou à Arte.
Georg Friedrich Handel compôs a ópera Radamisto (1720) com libreto do Nicola Francesco Haym, baseado na história de Lalli Domenico.
Duas óperas intituladas Zenobia baseadas no libreto de Pietro da Metastasio foram compostas por Giovanni Bononcini em 1737 e por Johann Adolph Hasse em 1761.
A descoberta de Zenobia ferida e inconsciente à margem do Rio Araxes é objeto de pinturas clássicas de Bouguereau, Paul Baudry e Nicolas Poussin.

Fontes: Wikipedia, a enciclopédia livre. Versões em inglês e catalão.
Imagens: Wikicommons.

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