segunda-feira, 8 de abril de 2013

HISTÓRIA - PARTE II

A Intervenção Armênia
Ao fim do II século a.C., o rei Parnajom foi deposto por seus súditos e a coroa foi oferecida ao príncipe armênio Arshak (ou Arsaces) que ascendeu ao trono iberiano em 93 a.C. iniciando a dinastia dos Artashesiani (Artaxíadas) que governou o país por cerca de 60 anos. A Ibéria perdeu muitos territórios para a Armênia, que exercia notável influência na região. Durante o reinado do rei armênio Tigranes II, o Grande, a Ibéria foi arrastada para os conflitos entre a República Romana e o Reino do Ponto, cujo monarca, Mitrídates VI, era genro de Tigranes. Assim, os  iberos auxiliaram os pônticos e os armênios contra os romanos. Os escritores romanos Plutarco e Licínio Macer mencionam com destaque contingentes de iberos nas batalhas de Tigranocerta (69 a.C.) e Artaxata (68 a.C.). Não obstante, os romanos prevaleceram sobre seus inimigos.
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A Ibéria por volta de 80 e 66 a.C.

A Intervenção Romana
Quando da invasão da Armênia pelas tropas romanas comandadas por Pompeu (106-48 a.C.) em 65 a.C., Roma não estabeleceu seu domínio sobre a Ibéria, não obstante esta ter sofrido a invasão dos exércitos romanos. O rei ibero Artag continuou a oferecer certa resistência aos romanos, mas derrotado fez um acordo de paz. Porém, em 36 a.C., quando os romanos lutaram contra o reino da Albânia (no Cáucaso, não confundir com a moderna Albânia nos Balcãs) marcharam sobre a Ibéria e constrangeram o Rei Parnavaz II a uma aliança contra o reino da Albânia.
Acima, Ponte de Pompeu em Mtskheta, Georgia

Quando o vizinho reino da Cólquida foi transformado em província romana (69 d.C.), a Ibéria aceitou o protetorado do Império Romano. Uma inscrição em pedra descoberta em Mtskheta fala do rei Mihdrat (58-106 d.C.) como "o amigo dos Césares" e “rei dos iberos que amavam os romanos." O imperador Vespasiano (69-79) fortificou o antigo sítio de Armazi em Mtskheta em 75 d.C. para os reis ibéricos.
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Ruínas do século I a.C. do palácio de Armazi 
Nos anos seguintes os romanos continuaram a exercer sua influência sobre os iberos, porém a partir do Rei Farasmanes II (ou P'arsman) (116 – 132) a Ibéria retoma seu antigo poder. As relações entre o imperador Adriano (76-138) e Farasmanes II foram tensas, embora Adriano tentou apaziguar-se com o rei ibero. No entanto, foi apenas sob o sucessor do Adriano, Antonino Pio (86-161), que relações melhoraram, ao ponto de, segundo o historiador Dio Cássio (155-229), Farasmanes ter visitado Roma, onde uma estátua foi erigida em sua homenagem. O período levou a uma mudança importante no estatuto político do Reino da Ibéria agora reconhecido como um aliado de Roma, em vez de seu antigo estatuto como um Estado submisso; a nova situação política manteve-se mesmo durante as hostilidades do Império com os partos, cujo reino era vizinho da Ibéria.

A Intervenção Sassânida
O ressurgimento do Império Persa sob a dinastia dos Sassânidas em 224 pôs fim ao reino dos partos e sendo um Estado forte e centralizado atuou no sentido de que a Ibéria mudasse sua orientação política e fosse deixando a influência romana. Sendo assim, sob o rei persa Sapor I (241-272), a Ibéria pagava tributos à Pérsia. Não obstante, a relação dos dois reinos era amigável, a ponto da Ibéria ajudar os persas em suas campanhas contra os romanos. O rei ibero Amazasp III (260-265) é considerado pelos sassânidas como um alto dignitário do reino persa, não como um rei vassalo submetido pela força das armas. A religião oficial da Pérsia, o Zoroastrismo, foi difundida na Ibéria entre 260 e 290 d.C. A paz de Nisibis (apaziguamento das hostilidades entre persas e romanos) em 298 d.C. reconhece o domínio romano sobre a região do Cáucaso e Roma reconhece o Rei Mirian III, da dinastia dos Coisroidas, como rei da Ibéria.
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A Ibéria no ano 300 d.C.

A Ibéria Cristã
A predominância da influência do Império Romano do Oriente (Bizantino) sobre a Ibéria se torna crucial após a conversão do Rei Mirian III ao Cristianismo derivada, possivelmente, do trabalho evangelizador realizado por santa Nino da Capadócia em 303. O Cristianismo trouxe grande impacto na cultura ibérica além de manter o reino mais ligado aos romanos.
Túmulo do rei Mirian III e da rainha Nina na igreja ortodoxa de Samtavro
Entretanto, após a derrota dos romanos para os persas em 363, Roma cede o controle da Ibéria novamente à Pérsia. Desta vez, o rei ibero Varaz-Bakur I (Asphagur) (363-365), não é mais um alto dignitário, mas um vassalo dos persas após a Paz de Acilisene em 387. O rei Farasmanes IV (406-409) preservou a autonomia de seu país e cessou de pagar tributos à Pérsia. Após sua morte, os reis persas impõem sobre a Ibéria um vice-rei persa hereditário (o Pitiarca, derivado do termo persa pitiaxae) e o Zoroastrismo como religião oficial junto com o Cristianismo, sem obter muito sucesso entre a gente comum. Sob o reino de Vakhtang I (447-502) a Ibéria atravessou um breve período de reavivamento monárquico. Formalmente vassalo dos persas, o rei investiu contra povos caucasianos do norte e os submeteu à Ibéria. O rei ibero funda uma nova capital, Tbilisi, e inicia uma desesperada guerra pela independência que dura vinte anos. O rei morre em batalha em 502 e a Ibéria volta ser submetida à Pérsia.
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A Ibéria sob Vakhtang I
FONTES:
Wikipédia, a enciclopédia livre. Versões utilizadas: português, espanhol, inglês e e francês.
http://en.wikipedia.org/wiki/Caucasian_Iberia
http://es.wikipedia.org/wiki/Iberia_cauc%C3%A1sica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ib%C3%A9ria_(C%C3%A1ucaso)
http://fr.wikipedia.org/wiki/Royaume_d%27Ib%C3%A9rie
http://en.wikipedia.org/wiki/Caucasian_Iberians
Georgian Kingdoms in the Late Antique Period. (the IV cen. B.C. - V cen.). Disponível em:www.parliament.ge
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Georgian_States_Colchis_and_Iberia_(600-150BC)-en.svg
http://en.wikipedia.org/wiki/Pompey%27s_Georgian_campaign
http://en.wikipedia.org/wiki/Vakhtang_I_Gorgasali
http://en.wikipedia.org/wiki/Artaxiad_dynasty_of_Iberia

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