quinta-feira, 22 de abril de 2010

HISTÓRIA - PARTE I

Ibéria (ou Ivéria, ივერია no alfabeto georgiano) era o nome com que os antigos autores greco-romanos designavam o antigo reino de Kartli que ficava na região do Cáucaso hoje ocupada pela República da Geórgia (em georgiano Sakartvelo). O termo Ibéria Caucasiana (ou Ibéria Oriental) é usado para distingui-la da Península Ibérica, onde os países atuais de Espanha, Portugal e Andorra estão localizados. Os iberianos forneceram uma base para um posterior Estado georgiano e junto com a Cólquida (antigo estado no oeste da Geórgia) formaram o núcleo do moderno povo georgiano (ou kartvelebi). Não foi um reino poderoso, mas teve seu esplendor e sua importância como aliado do Império Romano e por ser o berço da moderna Geórgia.
File:Georgian States Colchis and Iberia (600-150BC)-en.svg
O reino da Ibéria em várias fases de sua história

Etimologia
A origem do nome não é clara. A região era habitada por várias tribos aparentadas entre si, principalmente os moschi e os sasper que acabaram por constituir (dentre outros) o reino de Kartli, cujo nome é uma referência ao nome de seu mítico chefe e fundador, Kartlos. Segundo alguns estudiosos, Kartli deriva de Kartu, lugar vedado, fechado. A denominação estrangeira Geórgia, utilizada por grande parte das línguas do mundo, vem do persa گرجی (Gurji), por intermédio do árabe Jurj. O termo persa-arábico parece indicar o país como "terra dos lobos". Este por sua vez sofreu influência do prefixo grego γεωργ- (geōrg-), o que levou a se acreditar que o nome derivaria do seu santo padroeiro, São Jorge, ou do termo grego para cultivar, γεωργία (gueōrguía). Uma teoria sobre a etimologia do nome Iberia, proposta por Giorgi Melikishvili, é que o nome seja derivado das designações contemporâneas no idioma armênio para Geórgia: Virk’ (Վիրք) e Ivirkʿ (Իվիրք) e Iverkʿ (Իվերք), que por sua vez foram conectadas a palavra Sver (ou Svir), a designação kartveliana para os georgianos. A letra "s", neste caso serviu como um prefixo para a raiz da palavra Ver (ou Vir). Por conseguinte, seguindo a teoria Ivane Javakhishvili, a designação étnica de Sber, uma variante de Sver, foi derivada da palavra Hber (Hver, e daí Iberia) e as variantes em armênio, Veria e Viria. De acordo com outra teoria, o nome Ibéria é derivado de da palavra colquiana Imer, que significa "país do outro lado da montanha", montanha essa que seria a cordilheira Likhi, que separava os reinos da Cólquida e da Ibéria um do outro. Há a teoria de que o nome Ibéria, que os antigos autores greco-romanos aplicaram ao reino de Kartli, deriva do nome do povo Sasper (=> Speri => Hberi =>Iberi).
File:Starii Suramskii pereval.jpg
Região do passo Velho Surami, na cordilheira Likhi (Geórgia), que separava os antigos reinos da Cólquida e da Ibéria


Primórdios
A área foi habitada em tempos mais remotos por diversas tribos aparentadas na chamada cultura Kura-Araxes, chamados coletivamente iberos (os iberos orientais) por autores antigos (iberoi nas fontes gregas). Os moradores chamaram seu país de Kartli, por causa de um chefe mítico, Kartlos, epônimo das tribos da região. A presença dos iberos na região é historicamente identificável por vários milênios. As tribos ibéricas eram um povo nativo da região do Cáucaso, unidos por uma língua comum, a ancestral do grupo de línguas ibero-caucasianas. Os moschi, mencionados por vários historiadores clássicos, e seus possíveis descendentes, os saspers (que foram mencionados pelo célebre historiador grego Heródoto), podem ter desempenhado um papel crucial na consolidação das tribos que habitavam a área. Os moschi migraram para o noroeste e sua principal tribo deu nome a capital do reino: Mtskheta.
A antiga Mtskheta e as cidadelas de Armazi e Tsitsamur

A atual Mtskheta
Situada na junção dos rios Mtkvari e Aragvi, Mtskheta estava estrategicamente situada entre os mares Cáspio e Negro, entre a Europa e a Ásia. Os autores medievais georgianos designam o primeiro assentamento ibero com o nome de Arrian-Kartli, sob o governo persa da dinastia aquemênida. Após isso, foram governados por um príncipe local conhecido pelo título de Mamasakhlisi ("o pai de família"). Outras fontes atribuem a fundação do reino a um tal de Azo que teria sido um general de Alexandre, o Grande (356-326 a.C.) que exterminou a dinastia local e conquistou o território, sendo expulso posteriormente pelo kartli Parnavaz (ou Farnazaz) I (299-234 a.C.). Parnazaz I (tido como primeiro rei de fato da Ibéria) ampliou os domínios do reino, reformou a língua escrita e a administração; seus descendentes levaram a Ibéria a um período de prosperidade e esplendor, apesar das inúmeras guerras travadas contra invasores. Destas guerras, por fim, a Ibéria acabou por ceder algumas de suas províncias meridionais aos reinos da Armênia e da Cólquida de onde surgiram alguns principados independentes, os Sceptuchoi.
A Ibéria no século II a.C.


FONTES:
Wikipédia, a enciclopédia livre. Versões utilizadas: português, espanhol, inglês e e francês.
http://en.wikipedia.org/wiki/Caucasian_Iberia
http://es.wikipedia.org/wiki/Iberia_cauc%C3%A1sica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ib%C3%A9ria_(C%C3%A1ucaso)
http://fr.wikipedia.org/wiki/Royaume_d%27Ib%C3%A9rie
http://en.wikipedia.org/wiki/Caucasian_Iberians
Georgian Kingdoms in the Late Antique Period. (the IV cen. B.C. - V cen.). Disponível em:www.parliament.ge
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Georgian_States_Colchis_and_Iberia_(600-150BC)-en.svg
http://en.wikipedia.org/wiki/Surami_Pass
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/59/Aragvi-mtskheta.jpg
http://www.twcenter.net/forums/showthread.php?570981-Kingdom-of-Kartli-(-Caucasian-Iberia-)

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